Nos últimos dias pululam no noticiário afirmações sobre as mudanças climáticas. Li, por exemplo, que o aquecimento global atingiu o maior índice da história. Vi também que são maior risco global, segundo Fórum Econômico Mundial.
Afinal, as mudanças climáticas são a nova e a grande ameaça global?
Para responder a essas importantes questões é preciso esclarecer algumas premissas.
A primeira é que o termo mudança do clima, mudança climática ou alteração climática refere-se à variação do clima em escala global ou dos climas regionais da Terra ao longo do tempo, afetando temperatura, chuvas, níveis das águas, especialmente o mar, derretimento de calotas nos polos, nebulosidade e outros fenômenos climáticos em relação às médias históricas.
Portanto, entende-se que a mudança climática pode ser tanto um efeito de processos naturais ou decorrentes da ação humana.
Segundo, é preciso saber que elas existem desde que o mundo é mundo.
Ocorrem em escalas de tempo que vão de décadas até milhões de anos, independente das ações ou inações humanas. Conforme já demonstrado cientificamente, as mudanças climáticas são inexoráveis, cíclicas e fazem parte da natureza do Planeta Terra.
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Incidiram a milhões, milhares, centenas e dezenas de anos atrás, e continuarão, queira ou não a humanidade. Foram responsáveis por diversas mutações nas condições e formas de vida, além da extinção e evolução natural de diversas espécies. (Yuval Noah Harari, Sapiens, Uma breve história da humanidade. Ed. L&PM).
Terceiro, fato é que a população mundial continua a crescer desde o fim da grande fome de 1315-1317 e da Peste negra em 1350, quando chegou a 370 milhões. Estima-se que a população global chegou a 7,7 bilhões, em abril de 2019.
As Nações Unidas preveem que a população humana chegará até 11,2 bilhões em 2100. Portanto, os impactos humanos e o crescimento econômico são inevitáveis.
Relatórios da ONU e de outras instituições respeitadas, produzidos entre 2000 e 2005, propagavam, em tom ameaçador, o caos ambiental em 2020, com milhões de pessoas mortas e espécies em extinção, por culpa das mudanças climáticas, o que não ocorreu.
Agora, em pleno 2020, o mesmo panorama é novamente desenhado, com a mesma narrativa do século passado, alçando e associando irresponsavelmente o tema à cenários catastróficos.
Com efeito, alarmar a questão climática não traz qualquer benefício direto ou indireto.
Há dezenas de outras questões ambientais mais relevantes para a vida na terra, como o acesso a água, a poluição de mananciais, o saneamento básico, a segurança alimentar, a moradia digna.
A única esperança realista de evitar o colapso ecológico é o desenvolvimento de tecnologias e ações sustentáveis, que promovam o desenvolvimento social, econômico, com o menor impacto ambiental possível, notadamente no que se refere aos temas retromencionados. É preciso mudar o foco, se quisermos manter o equilíbrio e a vida sadia na terra.
Daí porque as respostas as questões aqui lançadas são inequívocas: as mudanças climáticas são mais velhas que os dinossauros, não são culpa do homem, pois fazem parte da essência da terra, muito menos são a grande ameaça ambiental global. Isso não quer dizer que devemos nos olvidar de estudar e promover práticas humanas que as combata e minimize.
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